Estamos no final do mês de junho e, caso você não saiba, em todo o mundo esse é considerado o mês do Orgulho LGBTQIA+, um momento de celebração, reivindicação e luta contra o preconceito.
A escolha de junho para o mês do orgulho não é aleatória, pois foi em junho de 1969 que um grupo de membros dessa comunidade iniciou a Revolta de Stonewall, uma série de manifestações contra a violência policial e a libertação pelo direito de existir.
São 51 anos desde então, o preconceito ainda existe, mas muitos direitos já foram conquistados e a representatividade dentro da cultura pop aumenta cada vez mais. E para celebrar essa diversidade, selecionamos 10 séries que trazem representatividade e mostram que personagens LGBTs podem ir muito além da caricatura.
Será que você já viu alguma delas?
Will & Grace
Se você gosta de uma comédia despretensiosa e com um bom toque de humor ácido, então Will & Grace é pra você. Como o nome já diz, a sitcom acompanha a amizade de Will (Eric McCormack), um advogado gay, e Grace (Debra Messing), uma decoradora hétero, enquanto dividem um apartamento em Nova York e vivem se intrometendo na vida um do outro.
Os dois são acompanhados pela dupla Karen (Megan Mullally), uma socialite alcoólatra, e Jack (Sean Hayes), um aspirante a ator. Personagens que roubam a cena e ganharam cada vez mais espaço dentro da trama.
Com oito temporadas, a série foi originalmente exibida entre 1998 e 2006 e considerada uma das mais bem sucedidas produções protagonizadas por personagens gays. Em 2017, Will & Grace ganhou um revival que durou por mais três temporadas e foi oficialmente encerrada em 2020.
Ela pode ser vista na Amazon Prime ou na Globo Play.
Pose
Ambientalizada nos anos 1980/1990, Pose tem boa parte da sua narrativa centrada na cultura do ballroom, um tipo de competição/celebração onde os participantes desfilam e se apresentam por categorias e tentam ganhar troféus pela glória de suas casas.
Na trama, acompanhamos Blanca (MJ Rodriguez), uma mulher trans que é diagnosticada com HIV e que decide mudar a sua vida e cria sua própria casa, a Casa Evangelista, acolhendo jovens LGBTs que não tem onde morar.
A série é certeira quando falamos de representatividade, contando com um elenco predominantemente negro e com o maior elenco trans da história da televisão.
Pose pode ser vista na Netflix.
Legendary
Se Pose chamou a sua atenção, então Legendary é o próximo passo na sua lista de séries. Esse é um reality show produzido pela HBO Max que traz uma competição baseada na cultura do ballroom.
No programa, oito casas competem entre si em batalhas cheias de arte, dança e muito vogue pelo grande prêmio de 100 mil dólares e pelo título de Casa Lendária. A cada programa, um tema é apresentado e os grupos devem criar performances de tirar o fôlego para se manter na competição.
Ao final de cada baile, uma batalha de vogue decide quem fica e quem é eliminado.
O reality estreou recentemente e ainda não está disponível no Brasil.
RuPaul’s Drag Race
Esse é provavelmente um dos realitys shows mais famosos da atualidade. Apresentada por RuPaul Charles, a competição de Drags já está na sua 12ª edição e conta com uma grande variedade de spin-offs, além de versões produzidas no Reino Unido, Tailândia e Canadá.
O programa traz uma competição entre Drag Queens que devem exibir originalidade, carisma, audácia e talento em uma série de desafios, que vão da costura a atuação, para se destacarem e serem coroadas como próxima drag superstar.
Um dos pontos altos de cada episódio é sem dúvida quando as Drags se enfrentam em uma batalha de dublagem.
O reality foi um dos grandes responsáveis por apresentar a arte drag para a grande massa, além de alavancar a carreira de centenas de Drag Queens.
No Brasil, o reality pode ser vista na Netflix.
Please Like Me
Na primeira cena de Please Like Me temos o fim do relacionamento entre Josh (Josh Thomas) e Claire (Caitlin Stasey), mas o que poderia ser apresentado como um triste momento para esses personagens na verdade se torna o pontapé para que Josh explore o seu verdadeiro eu, um jovem gay.
Porém, mais do que uma série com um protagonista gay, Please Like Me traz assuntos que são relevantes a qualquer pessoa. São abordados temas como desilusões amorosas, perdas, a dor do crescimento, depressão e saúde mental.
Enquanto Josh lida com a sua sexualidade, também acompanhamos a jornada de sua mãe enfrentando a depressão, conhecemos a nova família de seu pai e somos apresentados a seus amigos mais próximos.
Diferente da maioria das séries, em Please Like Me temos personagens que saem do estereótipo carismático: eles são irritantes, chatos, reais e extremamente sinceros, tornando quase impossível que o público não se identifique com pelo menos uma cena.
Sem dúvida é uma dramédia que vale a pena ser vista, principalmente por sair do padrão que estamos acostumados a assistir.
A série foi finalizada com quatro temporadas e todas elas estão disponíveis na Netflix.
The L Word
Essa foi a primeira série a ter em seu protagonismo um grupo de personagens lésbicas e bissexuais, sendo um marco para a televisão na época em que foi originalmente exibida.
A série acompanha a vida de Jenny (Mia Kirshner), uma recém-formada que acabou de se mudar para Los Angeles com seu namorado e conhece suas novas vizinhas Bette (Jennifer Beals) e Tina (Laurel Holloman), que estão tentando ter um bebê por inseminação artificial.
Aos poucos Jenny vai se envolvendo cada vez mais a comunidade lésbica local, até conhecer Marina (Karina Lombard) e começar a questionar sua própria sexualidade.
A série teve um total de seis temporadas que foram ao ar de 2004 a 2009 e ganhou recentemente uma sequência chamada de The L Word: Generation Q.
As temporadas originais podem ser conferidas na Globo Play.
Special
A vida como uma pessoa LGBT+ pode ser bem difícil, especialmente quando você não atende a padrões esperados pela sociedade. Mas o que acontece quando você soma isso a uma deficiência?
Special vem trazer um pouco dessa questão. A série é baseada no livro “Especial” de Ryan O’Connell, que também escreve e protagoniza a série, e acompanha a vida de Ryan como um homem gay que vive com uma forma leve de paralisia cerebral e decide buscar pela sua independência.
A série é curtinha, cada episódio tem em torno de 15 a 20 minutos, sendo uma deliciosa jornada de autodescoberta de um jovem que sempre foi superprotegido pela sua mãe.
A primeira temporada está disponível na Netflix e a série já possui uma segunda temporada encomendada.
Todxs Nós
Já ficou confuso com o nome da série? Pois é, Todxs Nós é uma série nacional, produzida pela HBO, que apresenta personagens fora do espectro binário de gêneros.
No primeiro episódio somos apresentados a jornada de Rafa (Clara Gallo), uma pessoa não-binária, ou seja, que não se identifica nem como homem e nem como mulher, que foge de sua casa no interior de São Paulo para pedir abrigo a seu primo gay na capital.
Em São Paulo, Rafa espera finalmente poder ser livre e expressar tudo o que sente.
Por vezes a série pode ter um tom didático, explicando termos e situando o telespectador no que é discutido pelos personagens. Isso se dá pelo fato de que o porgrama tem o objetivo de atrair mais do que apenas o público LGBT+, e utiliza o diálogo entre as personagens para descomplicar essas nomenclaturas para quem pouco entende.
A série está disponível na HBO Go.
Queer Eye
Quem não gosta de um bom programa de transformação? Queer Eye pega essa premissa e adiciona alguns temperos extras na forma como toca na vida dos participantes do programa.
Na série, acompanhamos o Fab Five, um grupo de cinco homens gays especialistas nas áreas de gastronomia, moda, estilo de vida, design e cuidados pessoais, que vão usar seus talentos para transformar a vida das pessoas.
Mas essa transformação nunca fica só no exterior. O programa apresenta histórias reais e por diversas vezes vemos que uma mudança no visual pode causar um impacto muito significativo na vida das pessoas.
Aqui um alerta é necessário: Queer Eye vai te fazer chorar em algum momento e, quando isso acontecer, apenas deixe rolar.
A série possui cinco temporadas na Netflix, além de um spin-off no Japão.
One day at a time
A última série da nossa lista é para mostrar que é possível trazer diversidade e representatividade LGBT+ sem fazer disso o centro da sua narrativa.
Em One day at a time acompanhamos uma família de origem cubana comandada por uma mãe solteira, Penélope (Justina Machado), seus dois filhos adolescentes, Elena (Isabella Gomez) e Alex (Marcel Ruiz), e a avó Lydia (Rita Moreno).
Mas por que essa série está na nossa lista? Durante a trama, Elena se reconhece como lésbica e essa descoberta é tratada com uma delicadeza única, mostrando a importância do apoio familiar em um momento como esse.
Apesar de ser uma comédia, One day at a time é uma daquelas séries que te pega de surpresa e você se acaba em lágrimas sem nem menos perceber o que aconteceu.
Além da temática LGBT+, a série também trata temas importantes como racismo, depressão e xenofobia. A série foi cancelada pela Netflix após três temporadas, mas foi salva pelo canal Pop Tv e atualmente exibe sua quarta temporada.
E aí, gostou das nossas indicações? Já conhecia alguma dessas séries? Conta pra gente nos comentários.
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