qui. set 19th, 2024

Confira nossa opinião sobre a conclusão desta história

Uma das trilogias de maior sucesso da Netflix e que fez muita gente relembrar, ou conhecer, como as comédias românticas são um gênero agradável de se assistir, chegou ao fim ontem, dia 11 de agosto de 2021.

Estamos falando de A Barraca do Beijo 3, filme que encerra a história iniciada lá em 2018, com Joey King, Jacob Elordi e Joel Courtney nos papéis principais.

Com a premissa de ser uma produção leve, para te fazer dar umas risadas e sentir aquele quentinho no coração, os filmes foram recheado de clichês, bem naquele estilo que você já sabe qual será o final, mas mesmo assim curti assistir e te faz passar um tempo sem pensar nos problemas, te tira da realidade.

Porém, diferentemente dos dois anteriores, o filme que encerra esta trilogia trousse um amadurecimento dos personagens e terminou de uma forma que muitas pessoas não esperavam, sendo que isso motivou algumas criticas nas redes sociais.

Pensando nisso, levantamos a questão: terminar um filme de comédia romântica de forma realista, faz dele ruim?

Vem com a gente, descobrir a nossa opinião!

Atenção! Este post contém spoilers do filme e de seu final, se você ainda não assistiu, não recomendamos a leitura!

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É quase que uma regra: todo filme de comédia romântica tem que terminar com o casal junto, felizes da vida e com todos seus problemas resolvidos. Melhor ainda se a cena final for com um grande beijo, mostrando como aquelas pessoas se amam e conseguiram superar as dificuldades.

Claro que para toda regra existe exceções e com estes filmes não seriam diferentes. Temos sim produções que terminam de outras formas, que vão para outros caminhos, mas isso é quase uma raridade e, muitas vezes, o filme acaba sendo classificado no final apenas como romance ou o público considera desta forma.

Para ser comédia romântica tem que ser divertido, engraçado, fofinho e terminar com um final feliz. É isso o que o espectador espera encontrar e, quando não acontece, parece que ficou faltando algo. É como se nossas vidas já fossem tão complicadas, que queremos nos iludir com os finais dos filmes, acreditar que depois daquele encerramento são tudo flores e que a realidade tal qual conhecemos não existe.

Foi justamente isso que motivou o descontentamento de algumas pessoas com o final de A Barra do Beijo: o tom realista da produção.

Se nos dois primeiras filmes tivemos realmente muita comédia, cenas engraçadas, momentos de vergonha alheia, situações fofinhas e já sabíamos o rumo que as coisas tomariam, o que se viu no último foi algo diferente.

Este filme se inicia com a protagonista Elle dividida entre o namorado e o melhor amigo mais uma vez. Por um lado, ela quer ir pra faculdade que sempre “sonhou” com seu amigo de infância. Do outro, não quer ficar longe de seu namorado por mais tempo.

A garota, então, decide que realmente deveria encontrar com seu companheiro, deixa os pensamentos de infância, e a amizade de lado, e parti para sua escolha.

Contudo, quando ela é confrontada, por outra mulher, sobre a decisão que tomou e como nunca pensou em si mesma para decidir seu futuro, Elle percebe que sua vida esta bem longe do que quer e que, realmente, sempre colocou as decisões e vontades dos outros acima das próprias. É como se ela sempre tivesse tentado agradar aos outros e nunca tivesse percebido o que queria.

Deste ponto em diante, o filme mostra o amadurecimento da personagem, como também de todos os que estão a sua volta. A produção mostra como deixar a adolescência e se assumir como adulto é um momento complicado, que exige muito da pessoa e em pouco tempo. Tem que se decidir tanta coisa em meses, sendo que é como se sua vida toda fosse acabar se você não fizesse a escolha certa.

O filme mostra que o amadurecimento faz parte da vida e é algo que todos vamos passar / Imagem: Reprodução Netflix

O filme também mostra como nos apegamos as coisas e costumes que tínhamos antes, como forma de escape. Elle e Lee decidem que farão uma lista de coisas para fazerem antes da faculdade, igual as listas que faziam quando eram crianças. O começo é até divertido, mas logo a realidade e questões maiores batem a porta dos dois e eles percebem que, na real, não são mais crianças e que aquilo não cabe mais em suas vidas.

Os relacionamentos do filme também mostram esta evolução. Noah termina com Elle pois acha que ela não consegue decidir o rumo de sua vida por causa dele. Lee termina com a namorada, pois a distância está atrapalhando a relação. Marcus percebe que Elle nunca vai gostar dele e decide ir embora.

Todas estas questões trazem a realidade para a produção e fazem com que nós, público, nos enxerguemos nelas. Mas, afinal, isso é ruim?

A resposta, ao meu ver, é não! Não é porque um filme é uma comédia romântica que ele deve terminar com final cor de rosa, tudo perfeito, da forma como pensamos, queremos e tudo respondido.

O final desta trilogia conseguiu trazer amadurecimento dos personagens, mostrar a evolução de cada um, tocou em assuntos importantes e tudo isso é muito maior do que um beijo fofinho na última cena, afinal já tivemos isso antes.

Além disso, ao deixar o final aberto, com uma passagem de tempo de seis anos, mostrando reencontros e não respondendo se os protagonistas ficaram juntos, o filme nos mostra que a vida é muito mais, acontece muito além do que o final dos créditos. Nos deixa imaginando como eles seguiriam dali em diante: como amigos? Como namorados? Ou se aquele encontro foi apenas um momento e depois cada um seguiu seu caminho.

Dizer que o final estragou a trilogia simplesmente porque o casal não ficou junto, da forma como se esperava, é desmerecer toda a construção das produções. É jogar fora tudo o que foi feito antes, sem dar o devido valor.

Não é porque o final não foi como você esperava que apaga todos os bons momentos que você teve antes, todas as risadas, todo o prazer em assistir.

É diferente? Sim é, mas ser diferente não faz pior. Pelo contrário, nós devemos aprender a olhar para o lado positivo do diferente. Imagine, por exemplo, como este filme pode ajudar garotas e garotos que se encontram na mesma situação de Elle. Pode mostrar que nós devemos seguir o que desejamos e não pensar nos outros antes da gente.

Também mostra que a vida não é feita apenas de um momento, de uma decisão. Que não é um jogo onde você perde tudo se fizer a escolha errada. Na real, você pode errar, acertar e recomeçar quantas vezes você quiser.

Não é porque o filme termina sem revelar se o casal ficou junto, que torna a história ruim ou estraga os outros filmes, é apenas outra maneira de contar a história / Imagem: Reprodução Netflix

O que eu digo para você, que ficou chateado com final de A Barraca do Beijo: olhe pelo outro lado, veja o final como uma evolução e não se preocupe, teremos mais filmes com o final de beijo que tanto amamos.

Sim, pois eu também sou do time que ama a cena fofinha do final, mas entendo que é importante mudar as coisas. Como grande amante das comédias românticas, vi o gênero perder o brilho e ser esquecido nos últimos anos. É bom ver esta retomada e mudanças na forma de se contar uma história. Afinal, as possibilidades são infinitas e dá sim para encontrar um meio termo entre tudo, fugir da “regra”. A realidade nem sempre é pior do que a ficção.

E você, assistiu o último filme? Não gostou do final? Acha que era melhor ter terminado com o comum ou gostou do encerramento? Conta pra mim!

E lembre-se: eu tenho minha opinião e você a sua, e esta tudo bem. Eu poso pensar diferente, mas isso não me faz melhor e nem a dona da verdade. Opiniões são diferentes e são as diferenças que movem o mundo.

Por hora, eu vou continuar curtindo as comédias românticas, seja qual for o final, e mal posso esperar para a próxima. Já estou ansiosa por Ele é Demais, também da dona Netflix.

Até mais!

 

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