qui. nov 21st, 2024

Novo ano da série não agradou a maior parte do público

A 4ª temporada de Elite era uma das estreias mais aguardadas pelo público da Netflix neste mês de junho. Com um aquecimento de episódios especiais liberados durante a semana, a série chegou no seu quarto ano na última sexta-feira, dia 18 de junho.

Porém, se as expectativas estavam lá em cima, o que se viu foi um verdadeiro balde de água fria nos fãs através das redes sociais. Diferentemente do que se esperava, a série não teve o retorno de sucesso imaginado e ficou bem abaixo do que o público aguardava.

Isso fez muitas pessoas desanimarem de assistir aos oito novos episódios. Muita gente reclamou que a série teve um trailer incrível, que prometia estar no mesmo nível das temporadas anteriores, mas que isso não passou de mera ilusão e o novo ano é, de longe, o pior de todos.

Mas o que aconteceu, o que deu de tão errado na nova temporada?

Nós fizemos uma análise da produção e te trouxemos os principais pontos levantados pelo público e também a nossa opinião.

Vem conferir!

Mas atenção! Este post contém spoilers da série. Se você ainda não conferiu, não recomendamos a leitura.

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Sexo, sexo e mais sexo!

Não temos como começar por outra questão, que não seja exatamente a quantidade de cenas de sexo da série. Não, não se engane, todo mundo sabe que Elite ficou conhecida por tratar de temas pesados, alguns tabus sociais e por não ter medo de explorar a sexualidade dos jovens. As cenas de sexo são comuns desde a primeira temporada e algo que ficou bem característico da produção, que agradou o público de forma geral.

Conhecida por suas cenas quentes, Elite passou do ponto no quarto ano / Imagem: Reprodução/ Divulgação Netflix

Porém, para tudo existe um limite. Se enquanto nas temporadas anteriores o sexo fazia parte da narrativa, era um complemento da história, nessa ele passou a ter um espaço muito maior e, com isso, sem sentido. Sem dúvidas, a maior reclamação do público foi a quantidade de cenas de sexo que a série apresentou, as colocando em situações onde não eram necessárias e atrapalhando o andamento da trama. Ficou parecendo que os roteiristas não sabiam o que fazer em algumas cenas, não sabiam como conduzir o enredo e por isso decidiram colocar os personagens trançando, afinal isso agradava o público. Mas acabou que o tiro saiu pela culatra e o que era uma tentativa de agradar, passou a ser uma fonte de críticas. É aquele velho ditado: menos é mais! Se continuassem usando as cenas quentes como recurso narrativo, a situação teria sido outra. Não basta jogar todo mundo na cama, no chuveiro ou em cima da mesa para achar que vai dar certo no final.

Personagens que não cativaram

Outro ponto forte das temporadas anteriores foram os personagens. Desde a primeira temporada o grupo principal agradou o público, o que fez dos atores estrelas em ascensão. A segunda teve novos membros no elenco, que vieram para complementar a trama e novamente tivemos personagens incríveis e que só melhoraram o enredo e o sucesso da série.

Maior aposta, novos personagens deixaram a desejar / Imagem: Reprodução/ Divulgação Netflix

A quarta temporada prometia novos personagens cativantes, que vinham para encantar o público e “tapar” o buraco deixado por aqueles que já não fazem mais parte desta história. Contudo, o que se viu mais uma vez foi a expectativa não sendo atendida. Todo mundo estava ansioso para conhecer estes novos personagens, porém eles não conquistaram ninguém. Até teve alguns que agradaram mais do que outros, mas o consenso geral é de que ninguém é 100% incrível. Tanto é que não existe um personagem unânime entre todo mundo, aquele que todo mundo gostou. O que se vê pelas redes sociais é alguém achando um legal, outra pessoa vendo com bons olhos outro, mas nada de mais. Inclusive, o que temos é uma personagem que parece ser o desgosto de todo mundo. Ari, vivida por Carla Díaz, é descrita pelo público como uma garota sem sal, sem personalidade, que fizeram para ser uma mistura de Carla (Ester Expósito) e (Danna Paola), mas que não chegou nem perto disso.

A mesma trama

Se tem uma coisa que nós já deveríamos estar “vacinados” (além do coronavírus) é a mesmice de tramas jovens com mistérios, crimes e suspense. Com toda certeza, você já deve ter assistido uma série que trazia na sua premissa jovens envolvidos em crimes, como assassinatos ou desaparecimentos, que começam incríveis, mas que perdem a força depois de algumas temporadas. Temos infinitos exemplos deste tipo. Porém, parecia que Elite seria diferente, afinal tivemos uma primeira temporada incrível, uma segunda que caiu um pouco, mas que manteve o nível e uma terceira de explodir. Parecia que os roteirista tinham achado a fórmula da inovação desta tramas. É, mas ficou só no parecer mesmo.

Trama já não atrai por falta de inovação / Imagem: Reprodução/ Divulgação Netflix

A quarta temporada é, de longe, a mais chata de todas, justamente porque nós já sabemos o enredo, já vimos antes: um crime aconteceu, corta para o passado, vemos os personagens envolvidos nisso, volta para o presente, temos que descobrir quem foi, volta para o passado e por aí vai. E para completar, ainda temos o sexo sem fim e o personagens que não ajudam. Tem como ficar bom? Além disso, mesmo o final sendo “aberto”, já imaginamos algo que pode acontecer e conduzir a quinta temporada: Benjamín (Diego Martín), pai de Ari e Mencía (Martina Cariddi) pode querer denunciar Armando (Andrés Valencoso), perseguidor de Mencía, para a policia, afinal ele não sabe que o cara foi morto do Guzmán (Miguel Bernadeau), e, com isso, é provável que vão achar o corpo no lago e aí tudo vai começar novamente. A busca por quem matou e os personagens tentando esconder o segredo. Já deu para desanimar só de imaginar.

Muitas pontas soltas

Tramas de mistério sempre deixam ponta soltas, caminhos para serem seguidos, fios condutores para continuações. A quinta temporada da série foi anunciada mesmo antes da quarta começar a ser gravada, com o elenco já ganhando novos personagens, inclusive um ator brasileiro. Então, é claro que o quarto ano deixaria pontas para serem amarradas no futuro. Contudo, exageraram na quantidade.

Mais uma vez vamos falar do seco exagerado. Se não tivesse tanta cena de pegação teria dado para explorar, aprofundar mais na história dos personagens, principalmente dos novos. Tudo bem que não se pode falar tudo de uma vez, que tem que se deixar um mistério. Porém também é verdade que uma história precisa ser construída, tem que ser mostrada de forma coesa, com elementos suficientes. Tanta coisa poderia ter sido mais explorada, como os casos de agressão e violência de dois personagens, mas tudo ficou esquecido no churrasco e jogado para a temporada seguinte responder. Mas será que vai dar tempo?

Era necessário o quarto ano?

Com tudo o que levantamos e vimos nas redes, a pergunta que mais surgiu é: a quarta temporada era necessária? E a resposta: não! Todo mundo meio que já imaginava isso, que a produção deveria ter terminado na terceira parte, que um novo ano não era realmente necessário, afinal tudo já havia sido respondido, os personagens tiveram o encerramento de um ciclo e estavam prontos para seguir em frente. Porém, nós sabemos que o dinheiro é o que mais conta neste meio e Elite deu muito retorno financeiro. Se o público estava pronto para se despedir dos personagens, os criadores e a plataforma não estavam prontos para se despedirem do lucro.

5ª temporada já apresentou novos personagens, sendo que a quarta não havia sido gravada / Imagem: Reprodução/ Divulgação Netflix

Tudo bem que nós estávamos animados para o novo ano, afinal curtimos a série, mas verdade seja dita, já imaginávamos e tínhamos medo do que poderia acontecer. Sem dúvidas este é um motivo que deu errado na série. Já passou da hora de todo mundo, público e produtores, perceberem que as histórias tem que ter um fim. Que do mesmo modo que elas começam, tem que terminar. Dark é um exemplo disso. A série foi um verdadeiro fenômeno, fez muito dinheiro e sucesso, porém seus criadores sabiam de onde partir e aonde queriam chegar. Mesmo recebendo ofertas para continuação, eles não aceitaram, pois contaram a história que queriam. O resultado foi uma das melhores séries da atualidade, que finalizou no auge, com níveis de excelência como foi desde o começo. É assim, para não dar ruim devemos saber quando parar.

Estes foram os pontos que levantamos para explicar o “fracasso” da quarta temporada da série espanhola. Você já assistiu? Concorda ou discorda da gente? Se não assistiu, ficou desanimado com o que leu por aí? Conta para gente e deixe sua opinião nos comentários.

A quarta temporada de Elite já está toda disponível na Netflix.

Até mais!

 

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