Longa mostrará sociedade da época com pano de fundo dos assassinatos de Charles Manson
O novo filme do prestigiado diretor Quentin Tarantino chega aos cinemas em 15 de agosto e tem muita gente ansiosa pela produção intitulada Era uma vez em…Hollywood.
O filme se passa em Los Angeles, no ano de 1969 e conta a história de Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), um ator de TV que decide, juntamente com seu dublê Cliff Booth (Brady Pitty), conquistar fama em Hollywood. Para tanto, ele se envolve no cenário da época, com grandes nomes da indústria cinematográfica e, por isso, acaba “esbarrando” nos assassinatos de Charles Manson (Damon Herriman) e sua “família”, entre eles o da atriz Sharon Tate (Margot Robbie), que estava grávida do diretor Roman Polanski (Rafal Zawierucha).
Com elenco estrelar e roteiro original, o longa é muito aguardado por grandes fãs do cinema e do diretor, que esperam ver uma história diferenciada. Porém, algo que chama a atenção do público é que o filme terá como pano de fundo um dos mais brutais assassinatos já cometidos, que foi o da atriz Sheron Tate e seus amigos, praticados pelos seguidores de Charles Manson, e que chocou o mundo.
Neste post, vamos contar quem foi Charles Manson, os crimes que cometeu e como consegue chocar o mundo até hoje.
Quem foi Charles Manson?
Charles Manson foi o líder de um grupo intitulado Família Manson, formado por jovens da década de 60, que viviam o auge da cultura hippie, proliferação de drogas e liberdade sexual.
Ele teve uma infância totalmente disfuncional, com mãe presa e vivendo com tios fanáticos religiosos. Quando sua mãe foi solta, Manson voltou a morar com ela, passando a viver em motéis baratos e presenciando relações íntimas da mãe com vários homens. Quando tinha 10 anos, a mulher cansou do filho e o internou um uma instituição juvenil.
A partir daí ele passou a entrar e sair de instituições, até que foi pego e enviado a um presidio. Aos 32 anos de idade, Charles foi posto em liberdade, tendo passado 17 anos de sua vida encarcerado e sem saber qual rumo tomar.
Ele acabou se adaptando bem a sociedade da época, se tornando um “líder”, conquistando várias mulheres e sendo seguido por homens, que viam nele uma figura diferenciada.
Com cabelo longo e acreditando ser um “cavaleiro do apocalipse”, Manson usou suas habilidades psicológicas e técnicas de manipulação para fazer com que seus seguidores renunciassem a vida que tinham antes, mudando até mesmo seus nomes, passando a viver da forma como ele pregava.
Além disso, um sonho que ele tinha era se tornar uma estrela do rock e ser conhecido em todo mundo, como os astros da banda The Beatles. Porém, mesmo tentando muito, gravando dois discos e tendo certo talento musical, ele nunca conseguiu alcançar o sucesso e isso foi um dos grandes motivos que o fizeram deixar de ser o líder de um culto de drogas e sexo, e passasse a ser um assassino brutal e sanguinário.
Os crimes da Família Manson
No início de 1969, Charles Manson foi até a casa do empresário Terry Melcher, em busca de sua sonhada fama musical. Ele entrou sem ser convidado e acabou sendo expulso por Rudi Altobelli, empresário amigo de Terry. Se sentindo humilhado, Manson foi embora e acabou cruzando com a atriz Sharon Tate, que estava grávida e tinha acabado de alugar a casa de Terry Melcher para passar o restante da gravidez em companhia de amigos, enquanto o diretor Roman Polanski, pai de seu filho, estava na Europa a trabalho.
Ouvindo o conhecido Álbum Branco dos Beatles, Manson acreditou que era a mensagem que ele vinha esperando a anos para dar início ao que ele chamou de Helter Skelter, uma guerra civil entre brancos e negros, da qual ele era um dos cavaleiros, e que iria colocar fim a humanidade como era conhecida.
Ele treinou seus seguidores com técnicas de guerra e em 08 de agosto de 1969 decidiu que havia chegado a hora do mundo conhece-lo. Para isso, mandou que alguns dos jovens fossem até a mansão de Terry Melcher e matassem, de forma cruel e brutal, todos os que estivessem no local. Na verdade, Manson ainda estava revoltado por ter sido rejeitado pelo empresário e queria que Melcher morresse, porém, ele não estava no local.
Os seguidores chegaram na casa à meia noite e invadiram. A primeira vítima foi Steven Parent, que levou um tiro por estar no lugar errado na hora errada. Seguindo pelos fundos, eles encontraram Abigail Folger, herdeira de um império de café, e o escritor polonês Voytek Frykovsky. Eles foram mortos na beirada da piscina. Abigail ficou com o vestido ensopado de sangue e Voytek levou um tiro na cabeça e 51 facadas.
Na sala eles mataram o famoso cabelereiro Jay Sebring e enrolaram uma corda em seu pescoço, que passava pela viga no teto e na outra ponta enforcaram Sharon Tate. Eles usaram o sangue das vítimas para escrever palavras de ódio e a mensagem Helter Skelter.
Hollywood e o mundo chocados
Na manhã do dia 09 de agosto de 69, a empregada da casa chegou e encontrou o cenário macabro dos assassinatos. A polícia foi chamada e logo a imprensa teve acesso ao que tinha acontecido.
O que se seguiu foi um desespero total por parte da população, que esgotou as armas nas lojas por medo do que tinha ocorrido, e uma investigação que não fazia ideia do que tinha acontecido. Achavam que era alguma disputa entre traficantes, algum tipo de orgia satânica que deu errado ou um roubo mal sucedido, mas não conseguiam descobrir o que de real havia acontecido.
O mundo todo ficou chocado com os assassinatos e Charles Manson se sentiu extasiado, por isso decidiu que precisava agir novamente e, dessa vez, ele também participaria da ação.
Em 10 de agosto, Manson invadiu a residência do casal LaBianca, os rendeu, amarrando ambos, e saiu para chamar seus seguidores para completarem o serviço. Rosemary LaBianca foi esfaqueada 41 vezes na própria cama e seu marido, Leno LaBianca, teve até um garfo introduzido na barriga. O grupo ainda tomou um lanche antes de sair e escreveu novamente a mensagem na geladeira.
A prisão de Manson e seus comparsas
Quando saiam da casa dos LaBianca, alguns comparsas de Manson acabaram batendo seus carros e foram presos pela polícia. Eles confessaram que faziam parte de um grupo liderado pelo psicopata e isso levou a sua prisão.
Até então, não se sabia que os crimes cometidos pelo grupo eram ainda maiores, mas foi justamente uma das seguidoras que acabou entregando tudo. Enquanto estava em uma cela, Susan Atkins confessou para uma colega que entrou em êxtase sexual enquanto matava Sharon Tate. Depois disso, as peças começaram a se encaixar e todos os crimes acabaram vindo à tona.
Julgamento, condenação e final de vida
O julgamento de Charles Manson e sua “família” foi um verdadeiro “show” midiático alternativo, conduzido pelo próprio líder. As garotas gritavam palavras de ordem, riam enquanto seus crimes eram descritos, admiradores faziam campanhas de liberdade e apoio do lado de fora, e Manson chegou a tentar matar o juiz com um lápis.
A condenação mais difícil foi justamente a do líder, pois ele nunca chegou a matar ninguém, na verdade ele mandava e seus seguidores é que se sujavam de sangue.
Porém, depois de um longo processo, a promotoria conseguiu a condenação de Manson e de seis de seus seguidores em 19 de abril de 1971. Todos foram condenados à morte, sentença convertida em prisão perpetua um ano depois, quando a condenação à morte foi proibida na Califórnia.
Charles Manson morreu em novembro de 2017, aos 83 anos de vida e deixou uma marca sangrenta no mundo, sendo lembrado, até hoje, como um dos piores serial killers da história e como um dos mais perversos líderes de seitas.
No trailer do filme de Tarantino, vemos uma cena em que o personagem de Leonardo DiCaprio encontra com Charles Mansson, antes de ele cometer os assassinatos. Muitos especulam que rumo o enredo da produção irá tomar e temem que acabe pecando ao “glamurizar” um dos piores crimes já cometidos.
Teremos que esperar a estreia para ver o que o diretor e seu elenco irão nos apresentar.
Era uma vez em…Hollywood estreia dia 15 de agosto nos cinemas.
Você já conhecia a história dos crimes de Charles Manson? Vai assistir ao filme? Conta pra gente e compartilha este post com aquele amigo que gosta de histórias de crimes reais.
Até mais!
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