qui. nov 21st, 2024

Fala Legião, tudo bom com vocês? Hoje nós começamos com um novo quadro, o Rebobinando. Este será um quadro para voltarmos um pouco no tempo, relembrando elementos que fizeram sucesso em décadas passadas e como influenciaram nos dias de hoje. Para aqueles que vivenciaram será um momento de nostalgia e para aqueles que não eram da época, será a oportunidade de conhecer.

Então, primeiramente, vamos falar sobre o significado da palavra rebobinando. Este era um termo usada na época dos cassetes, das fitas que usávamos nos vídeos cassete e nos rádios toca fitas. Quando chegava ao fim, precisávamos rebobinar a fita, ou seja, voltar para traz e começar tudo de novo e, por isso, demos esse nome ao nosso quadro, porque vamos voltar lá para décadas passadas e relembrar.

Como hoje é o post inaugural, nada melhor do que trazermos algo que está diretamente ligado com o termo rebobinando, que são as Videolocadoras. Então senta aí e venha saber tudo sobre esse mercado, que marcou uma geração inteira de nerds.

Surgimento das Videolocadoras

Nada de Netflix, Prime Vídeo ou outros streamings de hoje em dia. Houve uma época em que os filmes eram lançados nos cinemas e, após saírem de cartaz, não existia outra forma de revê-los, a não ser nos próprios cinemas, quando resolviam reprisar filmes antigos. Então, precisaram pensar em uma forma de mudar isso, foi onde, na década de 1970, começaram a surgir as primeiras videolocadoras.

Mas foi mesmo no início dos anos 1980, aqui no Brasil, que o seguimento das locadoras começou a ganhar destaque, com a alta dos videocassetes, pois quase todo mundo passou a ter um desses em casa. Era o sonho de consumo da maioria das pessoas.

Os videocassetes se tornaram popular nos anos 80, sendo utilizados por anos, até serem substituídos pelos aparelhos de DVD / Foto: Reprodução/ Canaltech

Aí você pode se perguntar: Mas já que muitas pessoas tinham o aparelho, não seria mais fácil comprar as fitas e ter em casa? Não, não era. Primeiro que o videocassete era um aparelho bem caro para a época e, no início, as fitas não eram vendidas para o público, apenas para as locadoras mesmo. Só depois passaram a ser vendidas para o consumidor final, mas com preços bem salgados, nada era tão fácil como hoje em dia.

Uma fita na época, para o consumidor final, custava em média entre 150 a 200 reais, enquanto a locação saia em torno de 5 reais, uma boa diferença. Além disso, muitas locadoras faziam promoções para o final de semana: se locasse 3 fitas na sexta, devolveria apenas na segunda e por preço em torno de 12 reais, ou seja, bem mais em conta.

O auge do seguimento

Se na década de 80 o videocassete se popularizou, foi na década seguinte, em 1990, que houve uma grande transição, com as fitas alternativas (VHS Gravado) passando a ganhar espaço. As distribuidoras tiveram que encontrar uma solução e começaram a selar suas fitas originais.

Mas foi em 1997, com a chegada do DVD, que o seguimento ganhou mais força. Passando do conteúdo analógico para o digital, com o avanço na qualidade de som e imagem, as pessoas começaram a se interessar mais pelo conteúdo digital e, até então, mais difícil de copiar.

Com isso ouve um “bum”, várias videolocadoras começaram a surgir e foram agregando mais conteúdo. Além de filmes, alugavam também games e para os nerds de plantão, guardavam os pôsteres de filmes que eram exibidos nas vitrines. Desta forma, o seguimento de locadoras ocupou um grande espaço entre os anos de 1996 a 2008.

Esperar os lançamentos, ler a sinopse, ficar por horas olhando os títulos, era o passatempo de muita gente que frequentava as videolocadoras / Foto: Divulgação

Contudo, teve mesmo os melhores anos entre 2002 e 2005, pois, em 2006, a pirataria começou a aparecer com força e nos anos seguintes, muitos preferiam comprar 3 filmes piratas por 10 reais, do que alugar 3 filmes originais por 12.

Porém, as locadoras ainda conseguiam sobreviver. Muitos dos títulos piratas, eram gravações clandestinas feitas em cinema, então a qualidade dos originais ainda era bem superior, não danificavam os aparelhos de DVD e assim, muitos preferiam não correr o risco e por isso continuavam alugando das locadoras.

Momentos e costumes

No início dos anos 2000, as videolocadoras eram um local de encontro, um lugar de lazer, onde as pessoas iam para passear, escolher um bom filme e levar para casa, para assistirem à noite. Em finais de semana, sem nada para fazer, casais de namorados iam as locadoras escolherem filmes para curtir o sábado à noite.

As prateleiras eram sempre movimentadas pelo entra e sai de fitas e DVDs. Os filmes saiam dos cinemas e demoravam algum tempo até estarem disponíveis para locação. Então era muito comum ter uma lista com as datas em que os filmes estariam disponíveis, assim muitas pessoas já deixavam o nome para reserva-los e, logo que chegassem, seriam as primeiras a alugar.

E quando chegávamos na sexta-feira, com aquela vontade de assistir um filme ou jogar um game específico, procurávamos na locadora e quando não achávamos, íamos até as atendentes e perguntávamos sobre o título. Aí vinha a triste notícia de que já haviam locado e que só voltaria na segunda e, foi assim, que muitos de nós fomos apresentados ao sentimento de frustração e aprendemos a ter paciência. A geração de hoje, por sinal, tem praticamente tudo o que quer na hora e, por isso, quando se deparam com a frustração, não sabem lidar e não aprenderam a ter paciência.

Fim de uma era

Como dito, a pirataria passou a atrapalhar bastante esse seguimento, muitas lojinhas e até mesmo ambulantes passaram a dominar as vendas de mídias pirateadas. Por isso, a partir de 2008, os alugueis passaram a cair consideravelmente, além de que, mesmo os produtos originais, passaram a ter preços um pouco mais acessíveis.

Outro ponto também que contribuo para o fim das locadoras, foi o avanço da tecnologia, a internet por exemplo. Se antes as pessoas compravam as mídias piratas, a internet trouxe com ela inúmeros sites onde você pode assistir online e, inclusive, baixar pelo seu próprio computador vários filmes.

A pirataria foi um dos fatores que contribuiu para o declínio das videolocadoras / Foto: Divulgação

Mas o fato é que serviços como o aluguel de filmes nas TV’s a cabo e, claro os streamings, acabaram se tornando mais atrativos, sendo que a Netflix foi a pioneiras nesse ramo. A empresa começou em 2007 nos Estados Unidos, depois, em meados de 2009, expandiu para o Canadá, entrando de vez no mercado global, avançando com o seguimento de plataformas com filmes e séries online.

Isso tudo contribuiu para a extinção das videolocadores. Esse mercado acabou por ficar sem muita saída e hoje é uma coisa rara encontrar este tipo de comércio. Ainda existem algumas, mas que focam em outros atrativos para se manterem abertas mesmo com os avanços tecnológicos. Os proprietários tiveram que se reinventar para se manterem.

Este é um lado controverso da tecnologia. Claro que sem ela a gente não vive, mas o avanço dela acaba fazendo com que percamos algumas coisas pelo caminho. As videolocadoras tinham um lado sentimental, algo que marcou a vida de quem viveu esta época e que não vai voltar mais. Ainda bem que a gente tem as lembranças e, agora, o Rebobinando para lembrar de tudo isso.

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