ter. dez 3rd, 2024

Informações técnicas:

  • Título Original: The woman in the window
  • Autor: A. J. Finn
  • Tradução: Marcelo Mendes
  • Editora: Arqueiro
  • Ano de Publicação: 2018
  • Páginas: 352

Sinopse: Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e…espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle? Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece.

Imagem: Editora Arqueiro
Opinião

A.J. Finn, conhecido por ser crítico literário, fez sua estreia com o livro A Mulher na Janela e apresentou ao mundo sua escrita frenética, conseguindo o primeiro lugar na lista do The New York Times no ano de lançamento.

Seguindo um enredo parecido com outros livros famosos, como A garota no trem, que trazem mulheres com vidas destruídas e reféns do vício em álcool, que acabam ficando com mentes confusas, Finn apresentou uma trama bem amarrada e construída, que nos prende do começo ao fim e nos faz querer ficar acordado até terminar o próximo capítulo.

“Muitos de nós não conseguimos sair de casa, precisamos nos esconder da bagunça do mundo. Alguns têm pavor de gente, outros, da desordem do trânsito. Para mim, o problema está na vastidão do céu, no simples fato de estar exposta à pressão acachapante da vida ao ar livre.”

Anna é daquelas protagonistas que fazem o leitor se sentir conectado com ela logo de cara. É louco imaginar alguém que tem pânico de sair de casa, que não consegue ter uma rotina fora das paredes de seu lar e que acaba vendo a vida passar através de uma janela. Dá vontade de abraçar a mulher e dizer que vai ficar tudo bem.

Nós ficamos curiosos e instigados em saber o que aconteceu na vida de Anna, que a fez refém de sua própria mente, que a deixou isolada do resto do mundo, longe das pessoas que mais ama. Por isso mergulhamos de cabeça na história e nos pensamentos dela, que conduz quase que como em um monólogo, mas que nos prende desde o primeiro momento. Mérito da escrita de Finn, que conduz a trama de forma brilhante.

Além disso, a protagonista tem ótimas sacadas, tem um certo senso de humor ácido, que faz a gente querer sentar na sala de sua casa e tomar uma (ou mais) taças de vinho com ela. Porém, quando Anna “presencia” um fato na casa dos Rusells, nós também sentimos tudo o que ela sente: o espanto de ver algo terrível, a desconfiança de não saber se o que viu é real, a sensação de insegurança e medo, a raiva por ninguém acreditar nela, além da paranoia de pensar estar ficando louca.

Nós entramos neste emaranhado de sentimentos e nos sentimos perdidos como Anna, sem saber que rumo tomar e o que esperar na próxima página. Esta é uma característica de livros do gênero suspense/thriller psicológico que, quando trabalhada de forma correta, contribui para uma boa leitura e este livro, com toda certeza, cria essa relação de envolvimento entre obra e leitor.

“Às vezes fico pensando em muitas coisas diferentes ao mesmo tempo. É como se tivesse um cruzamento no meu cérebro e todo mundo estivesse tentando atravessar ao mesmo tempo.”

O mistério que desenvolve o enredo é algo que faz o leitor querer virar uma página atrás da outra, sem parar, tentando descobrir o que aconteceu. Mas, apesar disso, o final é algo bem previsível, principalmente se você for leitor deste tipo de gênero.

A revelação mostrada no encerramento é algo que você imagina em algum momento ao longo da história, por isso não te surpreende tanto. Porém, existe um plot twist um pouco antes do final, nas últimas páginas, que, esse sim, pega você de surpresa e te faz pensar “Nossa isso estava bem na minha cara, como não vi antes?”, outro ponto positivo da escrita de Finn, que coloca pequenos detalhes, falas, momentos ao longo da história que não estavam ali por acaso e fazem todo o sentido quando esta primeira revelação é feita. Tudo se conecta de forma brilhante.

Enfim, o livro é incrível, uma leitura prazerosa e rápida, que você faz sem perceber e que aborda questões importantes, como saúde mental e vícios. Não é à toa que se tornou um best-seller mundial e um favorito de muitas pessoas, inclusive meu.

Minha nota para o livro é 4 estrelas e meia. Só não dou 5 porque a revelação do fim é bem previsível.

As primeiras imagens da atriz Amy Adams durante as filmagens da adaptação foram publicadas no início do ano / Imagem: Divulgação

Vale lembrar que o livro teve seus direitos de adaptação comprados e a incrível Amy Adams dará vida a personagem Anna Fox nos cinemas. A produção ainda não teve data de estreia confirmada, apenas rumores, mas se você, assim como eu, faz parte do time que gosta de ler antes de assistir ao filme, corre para colocar A Mulher na Janela nas suas próximas leituras.

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Até mais!

 
2 thoughts on “Resenha Literária: A Mulher na Janela”

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