qui. nov 21st, 2024
Informações Técnicas
  • Título Original: A Court of Mist and Fury
  • Autor(a): Sarah J. Maas
  • Tradução: Mariana Kohnert
  • Editora: Galera Record
  • Ano de Publicação: 2016
  • Páginas: 658

ATENÇÃO! Por se tratar de uma continuação, a resenha deste livro contém Spoilers da obra anterior. Se você ainda não leu, confira a nossa resenha de “Corte de Espinhos e Rosas” clicando aqui.

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Sinopse: Feyre Archeron morreu Sob a Montanha. Nas garras de Amarantha, a jovem humana que ansiava por amor e proteção deixou de existir. Das cinzas do seu velho eu, Feyre Quebradora de Maldições foi feita – com os poderes de sete Grão-Feéricos… e uma vontade tão férrea quanto o metal temido por eles.

Seu coração, no entanto, permanece humano, vulnerável. Incapaz de esquecer o que sofreu para libertar o povo de Tamlin… e o pacto firmado com Rhysand, senhor da Corte Noturna. Mas, mesmo assim, Feyre se esforça para reconstruir o lar que criou na Corte Primaveril. Então por que é ao lado de Rhys que ela se sente mais plena?

Peça-chave num jogo que desconhece, Feyre deve aprender rapidamente do que é capaz. E curar sua alma partida. Pois um antigo mal, muito pior que Amarantha, se agita no horizonte… um que ameaça não apenas os feéricos, mas o mundo humano e a muralha também.

Enquanto navega por uma teia de intrigas políticas, paixões e poder, sufocada por Tamlin, Feyre precisa decidir o que deseja: amor ou liberdade?

O segundo livro foi lançado em 2016, com fãs ansiosos pela continuação da história / Imagem: Galera Recorde
Opinião

Este livro é um grande salto em relação ao primeiro, mostrando porque Sarah J. Maas é um grande fenômeno na literatura atual e tem tudo para se tornar uma das principais escritoras desta geração.

Nesta segunda obra, temos uma grande evolução por parte dos personagens e também começamos a entender aspectos da história que não havíamos percebido antes. Se você leu a primeira parte da trama, sabe que esta série tem como ponto de partida a história de A Bela e a Fera da Disney, pelo fato de Feyre ser aprisionada por Tamlin e acabar se apaixonando por ele.

Contudo, em suas mais de 600 páginas, este novo livro mostra muito mais desta relação, que ganha aspectos mais profundos e duros, ao usar da fantasia para discutir assuntos extremamente reais.

“Era mais fácil não precisar explicar mesmo. Não precisar contar a ele que embora eu o tivesse libertado, salvado o seu povo e toda Prythian de Amarantah … tinha me destruído. E achava que nem mesmo a eternidade seria tempo suficiente para me consertar.”

Primeiramente, devemos saber que a nossa protagonista não é mais a mesma e não digo isso apenas pelo fato de que Feyre tenha se tornado uma feérica. Na realidade, ela sofreu muito durante a batalha onde salvou o povo de Tamlin da destruição. Povo este que antes a via como uma simples humana e que agora a idolatra como heroína.

Feyre se mostra com dificuldades diante de suas novas habilidades, não aceita ser tratada como um objeto frágil por parte de seu futuro marido e também não consegue dormir. Todas as noites ela acorda passando mal ao se lembrar de todos os traumas que sofreu. Claramente percebemos que ela passa por um estado de estresse pós-traumático, pois ainda conserva as emoções humanas em seu interior e não consegue voltar a ser a garota corajosa que era antes.

Nós, então, vemos a chama da nossa protagonista começar a se apagar. Aos poucos a autora nos apresenta a real situação da personagem: a depressão. E a forma como Sarah desenvolve esta narrativa, extremamente delicada, dentro do livro é de uma sabedoria sem tamanho. Feyre vai deixando de lado tudo aquilo que antes lhe fazia bem, vai sucumbindo aos sentimentos ruins e deixando aquele a quem ela chama de amor passar a comandar a sua vida. E é aqui que temos a outra grande virada na história.

Se antes achávamos o amor entre Feyre e Tamlin lindo, torcíamos por eles, suspirávamos a cada frase dita, agora começamos a perceber o que realmente está acontecendo. A própria história nos apresenta uma alegoria interessante: lembra que no primeiro livro o grão senhor da Corte Primaveril usava uma máscara, que fazia parte da maldição de seu povo e que, com a quebra desta, a máscara caiu? Pois bem, a máscara de Tamlin realmente cai em todos os sentidos.

Tanto o primeiro livro quanto o segundo tem classificação indicativa para maiores de 16 anos / Imagem: Galera Record

Tendo recuperado todos os seus poderes e voltado ao seu melhor, ele passa a tratar Feyre como sua propriedade, alguém que ele fala onde ir, o que fazer, o que vestir, como agir. Se antes ele parecia gostar da garota corajosa, respondona e que o enfrentava sem medo, agora ele não aceita as opiniões dela, deseja que ela se mantenha ao seu lado sempre bela e que tome conta de assuntos mais “femininos”, como a decoração do casamento.

“Amor; amor era um bálsamo tanto quanto um veneno.”

É neste momento que começamos a ter raiva do personagem, porque percebemos como ele está fazendo mal a Feyre e como usa do “amor” que diz sentir por ela, para controlar a situação. Assim percebemos que estamos diante de um relacionamento abusivo, que nada tem de bonito e comprovamos as reais intenções narrativas da autora, que escolheu falar de um assunto tão importante usando como pano de fundo a fantasia.

A cada vez que Tamlin poda algo que Feyre deseja fazer dizendo que está fazendo aquilo para “protege-la”, sentimos vontade de entrar dentro do livro e dar um tapa na cara dele. Ele vai se mostrando possessivo, ciumento, abusivo, alguém totalmente diferente do que nós e do que a protagonista achavamos conhecer.

Porém, Sarah deixou uma cartada na manga e é aí que Rhysand entra. Quando o todo poderoso da Corte Noturna volta para cobrar sua promessa, imaginamos que deve haver um motivo muito mais profundo por trás disto, principalmente se lembrarmos a ligação que Feyre teve com ele no primeiro livro, mesmo que rapidamente.

A cada vez que a garota vai até o lado mais sombrio do reino, vamos vendo algo nela mudar. Rhys ajuda Feyre a entender seus poderes e evoluir com eles, algo que Tamlin não queria de nenhuma maneira. A jovem passa a se sentir feliz novamente e conta os dias para poder sair do local que chama de lar e ir até a aquele em que ela se sente realmente bem.

Aos poucos, Feyre começa a perceber a situação em que se encontra e começa a questionar seus sentimentos, os reais motivos que a fizeram ficar do lado de Tamlin e se questionar se está tendo a vida que desejava.

“Estou pensando que era uma pessoa solitária e sem esperanças, e talvez tivesse me apaixonado pela primeira coisa que me mostrou um pingo de bondade e segurança. E estou pensando que talvez ele soubesse disso … talvez não conscientemente, mas talvez ele quisesse ser aquela pessoa para alguém. E talvez isso desse certo para quem eu era antes. Talvez não dê certo para quem… o que sou agora.”

No pano de fundo de tudo isso, ainda temos um terrível mal se aproximando, que não só coloca em risco o reino feérico, mas também o lado humano, onde está a família de Feyre.

Por mais que seja um calhamaço, o livro tem uma escrita fluída, instigante, que faz você começar a ler e não querer parar até terminar. A cada novo capítulo a trama vai crescendo, se aprofundando e desdobrando, mostrando questões que não sabíamos que veríamos em um livro como este.

Sem dúvidas é uma das melhores sequências que li nos últimos anos e faz a gente cair da cadeira com seu final, querendo correr para ler o próximo. Por isso, decidi parar por aqui, pois tenho medo de entregar alguma coisa que possa estragar a experiência incrível que é ler esta obra.

Se para o primeiro eu dei 4 estrelas e meia, para este não poderia ser diferente: dou 5 estrelas e favorito. Isso mesmo, a sequência conseguiu ser melhor do que a estreia e agora eu me tornei fã de carterinha da autora.

Se você, por algum motivo ainda não deu chance para esta série, não perca mais tempo, você vai gostar. Acredite todo o sucesso tem motivo.

“Eu não era um bicho de estimação, não era uma boneca, não era um animal. Era uma sobrevivente e era forte.”

Logo mais irei trazer o terceiro livro, que “encerra” está saga. Digo isto entre aspas porque rumores dão conta de que autora pode estar trabalhando em uma nova história dentro deste universo. Eu só digo uma coisa: quanto mais melhor!

Curtiu? Então compartilhe nas suas redes sociais e marque aquele amigo que precisa conhecer esta série.

Até mais!

 
2 thoughts on “Resenha Literária: Corte de Névoa e Fúria (segundo da trilogia das Cortes)”
    1. Obrigado Wagner, ficamos felizes em saber.
      Opinião de vocês, é muito importante para nós

       

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